domingo, 6 de abril de 2008

Stein e Alfredo fazem locuras

Após um período no qual fiquei absolutamente fascinado por eurogames, principalmente aqueles da linha "easy to learn, hard to master", com duração máxima de 2h a 2,5h, estou voltando a jogos mais pesados, com regras intrincadas, exceções, dados e muito tempo para finalizar.

A retomada dos jogos mais pesados começou com o apelo visual de alguns jogos, como Runebound e Marvel Heroes, os quais adoro. Depois veio a descoberta e a paixão por jogos que utilizassem o sistema card driven, como Twilight Struggle, Hannibal e 1960.

E foi então que aconteceu: WW2 - Barbarossa to Berlin. Toneladas de exceções, centenas de counters, cartas, dois dados e tabela de combate.

São horas de jogo começando em Junho de 41 com a Operação Barbarossa e terminando no Verão de 45. Se o jogo chegar até o verão e os aliados não tiverem tomado todos os centros de suprimento da Alemanha, isso significa que os alemães conseguiram forçar um impasse e vencem o jogo.

Os alemães ainda podem vencer o jogo em qualquer turno se ao final do mesmo tiverem conquistado 20 pontos, assim como os aliados podem acabar o jogo quando tomam todos os centros de suprimento.

Os dois grandes destaques do jogo são:
1. o tema muito bem implementado
2. quantidade diferente de opções a cada jogada

As cartas podem ser jogadas como eventos, pelos pontos de operação a fim de mover tropas no tabuleiro, como motor para recolocação estratégica de tropas, como auxiliares no combate ou como acumulação de pontos para reconstituição de tropas no fim do turno.

A movimentação é extremamente variada e o objetivo aqui não é apenas posicionar-se para agredir unidades específicas ou tomar determinados pontos do tabuleiro, mas também procurar cercar formações do inimigo para isolá-las de sua linha de suprimentos.

Os combates são extremamente simples e rápidos: determina-se a força do ataque, da defesa, cada um rola o dado, verifica-se o resultado correspondente e resolvem-se as baixas. Um mérito do combate é que as perdas são duras mas não são decisivas. Assim, mesmo que o jogador tenha uma rodada muito infeliz (um 1 contra um 6) isso não o fará perder o jogo. O grande objetivo do combate é espacial: tomar pontos-chave e começar a isolar as tropas inimigas.

Os counters embora inúmeros são úteis e ajudam a manter todo o jogo funcionando e jogado corretamente, servindo como lembrete para as várias exceções e detalhes existentes no jogo.

As legendas no mapa julguei muito úteis, a variedade de terrenos apenas influi no combate, pois a movimentação é sempre muito simples.

A qualidade das cartas é excelente, com fotos da época e muito claras na sua utilização.
Destaques negativos ficam para a infinidade de exceções e a qualidade do mapa em si (padrão GMT). Quanto ao primeiro alguns arquivos são muito úteis, destaco um disponível no BGG que traz as exceções válidas por turno, este ajuda muito. O próprio resumo assistente do jogo também é muito bom. Quanto ao segundo, temos a solução plexiglass.

O resumo da ópera é que se trata de um jogaço e que mesmo as exceções tem o seu valor, uma vez que garantem grande fidelidade ao tema e apresentam desafios para o jogador. Fiz uma sessão de aprendizagem com o Alfredo e foi fantástico: jogamos durante sete horas e não sentimos o tempo passar.

abs

Stein

9 comentários:

zorg disse...

Tenho lá o "primo" deste jogo passado na 1ª guerra mundial, o Paths of Glory.

Ainda não tive oportunidade de experimentar, mas estou com muita vontade... :)

Stein disse...

Segundo os comentários de nosso guru de jogos aqui em São Paulo, o Tola, o Paths of Glory é até melhor que o Barbarossa.

Todavia, devido ao apelo que o tema 2a guerra tem para mim e o Alfredo, acho que o PoG não desbanca o Barbarossa.

Mas tudo é uma questão de experimentação...

abs

Stein

Anônimo disse...
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zorg disse...

Pois, eu quando comprei o Paths of Glory também hesitei, porque à partida o tema da segunda guerra também é mais apelativo para mim.

Depois, como apanhei um bom preço para o Paths pensei "que se lixe, assim é da maneira que aprendo alguma coisa sobre a primeira guerra". ;)

Carlos Abrunhosa disse...

Pessoalmente nunca joguei nenhum dos dois e gostaria de o poder fazer.

Neste momento, no nosso grupo, andamos mais numa de Imperial. Mas quem sabe se a seguir não virá um desses dois...

Já agora onde é que conseguis-te o PoG em promoção? Ainda lá havia mais algum? ;)

Anônimo disse...

Como é que posso entrar em contacto convosco?

Vicente Moreira Rato
vicente@morapiaf.com

Dimitri BR disse...

aê Stein!

dupla ressureição: da jogatina, e do obatijolo.

e em grande estilo!

caramba, por aqui não temos jogado é nada. nem uma jogadinha de leve pra constar.

(quer dizer, eu até joguei UMA partida de Guerra Fria - que é o mais perto de uma "reconstituição" da II Guerra que eu chego :D - outro dia, mas o Chirol nem isso...)

parece muito bom o jogo, mesmo. e apesar de fã declarado da eficiência e concisão germânicas, claro que eu me deixaria seduzir por uma experiência de proporções épicas como a que você descreve.

(afinal, lembremos que nosso contato recente com os jogos de tabuleiro começou com partidas do Civilization do Saboga, na casa onde então eu morava com ele e Duique...)

abraços para ti, para Alfredo, e demais participantes de nosso querido obatojolo ao redor do mundo! :]

Stein disse...

Obrigado pelos abraços Dimi. Não acho que devemos ter receio de jogos pesados, o que conta é a diversão.

Assim, se tenho disponível 7 horas num dia, não importo que jogo 1 ou 5 jogos, desde que me divirta. E o BtB cumpre essa função às maravilhas.

abs

Stein

Anônimo disse...

E quando jogamos 1 em vez de 5 só precisamos aprender regras uma vez!