segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Age of Empires III - atendendo a pedidos

Nada como o público pedir, é uma garantia de agradá-lo :-)

Bom, o primeiro detalhe que os jogadores devem ter em mente é não ter em mente o jogo de computador. O AoE III é um jogo de tabuleiro mesmo e não é como o Warcraft que recria num tabuleiro as mecânicas e o jeito de jogar do computador.

Isso posto, vamos ao jogo. O objetivo é acumular mais pontos ao fim de 8 rodadas, sendo que estas 8 rodadas são divididas em 3 eras (as duas primeiras compostas por 3 rodadas e a última, por duas). Ao final de cada era é feita uma distribuição de pontos por áreas controladas no tabuleiro.



O tabuleiro tem duas áreas bem distintas: uma para determinar as áreas que serão descobertas e colonizadas (esquerda, na figura acima) e outra para as caixas de funções a serem executadas pelos colonos de cada jogador (direita, na figura acima).

As caixas de funções funcionam a la Caylus: vc escolhe um colono na caixa e ele faz a função correspondente. Mas diferente do Caylus há uma disputa pela execução exclusiva da função ou pela prioridade em sua execução.

Deste modo, o jogador é desafiado a pesar suas escolhas, pois obviamente não conseguirá fazer tudo o que quer. Vale lembrar que além dos colonos, cada jogador pode vir a ter colonos especialistas, que de acordo com sua posição no tabuleiro conferem ao respectivo usuário alguma vantagem, além de funcionarem eventualmente como qualquer colono.

Por outro lado, o jogador não pode descuidar das terras a serem descobertas. Uma das caixas de funções é o envio de colonos ao novo mundo (a cada rodada um número limitado de colonos é enviado às novas terras). Contudo, o pessoal apenas desembarca em terras já descobertas, o que nos leva a uma outra das caixas cuja função é o envio de expedições para o Novo Mundo.

As expedições funcionam da seguinte maneira: acumula-se na caixa de função um número X de colonos até que o respectivo jogador resolva tentar uma expedição. Ele escolhe uma região do novo mundo e quantos colonos irão na expedição. Na região escolhida existe uma carta (aleatoriamente distribuída no início do jogo, cada região tem uma), a qual indicará, após revelada a dificuldade da expedição. Se a dificuldade for menor ou igual ao número de integrantes da expedição, esta foi um sucesso e a nova região escolhida pode ser colonizada por qualquer jogador.

A vantagem de se tentar a expedição pode ser resumida na presença automática de um colono na nova região descoberta, no ganho financeiro eventualmente obtido e, mais importante, nos pontos distribuídos pela descoberta.

Por outro lado, esse é um dos aspectos mais criticados do jogo: a aleatoriedade na descoberta. Pessoalmente não julgo um problema por dois motivos: no manual há uma descrição de todas as cartas disponíveis, então os jogadores tem uma idéia aproximada da dificuldade das expedições e conforme as cartas vão sendo eliminadas é possível um cálculo razoável de probabilidades. Além disso estamos falando de um jogo que lida com expedições nos séculos XV-XVI e nem todas davam certo. Para o tema é muito legal.

Outra maneira de obter pontos no jogo são com os prédios de civilização, que são adquiridos ao longo do jogo numa das caixas de função. Cada prédio custa dinheiro, e este custo vai aumentando de era para era. Como nem todos os prédios entram em jogo isso garante uma boa rejogabilidade.

Por fim, no último turno, o dinheiro que seria obtido com o comércio (que funciona por meio de acúmulo de grupos distintos de mercadorias, adquiridas numa das caixas de função) é transformado em pontos.

Logo, o jogo tem a dinamicidade do Caylus, com maior aprofundamento do tema e sem a aridez de algumas regras do Caylus. Tal como no Caylus boa parte das informações está já escrita no tabuleiro. O jogo pode ser considerado uma mistura de Caylus, Leonardo da Vinci e El Grande.

A variedade das formas de pontuação, o sorteio de produtos para o comércio, a aleatoriedade na distruição das cartas de descoberta e no sorteio dos prédios de civilização garantem uma grande rejogabilidade a este jogo que é, sem dúvida, um dos melhores dos últimos tempos. Uma bela aquisição do Alfredo.

abs

Stein

7 comentários:

soledade disse...

Acho que entendi. Deve ser um belíssimo jogo. A aleatoriedade da descoberta faz todo o sentido. ninguém nunca sabia ao certo o que é que ia acontecer. Para além disso dá ideia que tem várias opções de estratégia (escolhas) o que pode resultar num jogo, verdadeiramente, estratégico.
Eu não costumo dar-me muito bem é com as miniaturas. Acho-as muito bonitas e tudo mas gosto mais de lidar com material mais mnimalista. É mais funcional. Vamos ver como vai ser mas, acho que "me gusta".

Obrigado pela publicação da crítica

Abraços
Paulo

Stein disse...

Para o manuseio no jogo as miniaturas são absolutamente funcionais, além de conferir um certo charme.

O único marcador errado é o de pontuação, pois o espaço no tabuleiro é muito pequeno e o marcador é representado por uma miniatura de cada jogador, a qual é muito grande para o espaço.

abs

Stein

Stein disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tânia disse...

Gente, desculpa pelo off topic e principalmente pela falta de timing...
Mas eu nao vejo porque mayonese nao possa ser usado como protetor solar. Pensa na camada que ela pode fazer na pele, impedindo a penetraçao dos raios UV. Pensa num americano tipico que se enche de hamburguer com mayonese. Vc nao imagina ela bronzeado, mas sim branquela, nao é?. Pois é, ta provado meu ponto.

Ou seja, digo e repito: agua tem na carne, mayonese é oleo.

Dimitri BR disse...

1. Tânia, de modo algum seu comentário seria inoportuno! eu tinha mesmo curiosidade de ouvir um pronunciamento seu a respeito das minhas colocações anteriores.

e este com que você nos brindou, com tal reafirmação das premissas fundadoras de nossa crença, não poderia ser mais satisfatório!

2. obrigado Stein pela descrição do AoE III; me parece mesmo mais uma tentativa de fazer um sucessor menos árido do Caylus (ou do Puerto Rico, comercialmente falando?).

e concordo contigo, Soledade, que a mistura descrita parece mesmo apetitosa.

---

aproveito pra emendar: em se tratando de pretensos sucessores do Puerto Rico, vocês já leram a respeito deste aqui?

http://www.boardgamegeek.com/game/30380

Chirol disse...

Eu li véio...

senti um certo cheiro de oportunismo no ar, tipo os 555.786 Catans e oa 1.000.000.000 de expansões do Carcassone.

Aliás, viram que vão lançar o mapa da Suiça como expansão do Ticket to Ride (Igualzinho aquele q tinhaz no site da Days of Wonder).

abraços

JR Silva disse...

Olá amigos, instalei recentemente o Age of Empire III, mas estou com um problema no jogo, não sei se é de falta de conhecimento meu ou se este jogo está travado. Não consigo jogar nenhum jogo salvo, ele fica em Pause e não descobri um meio de liberar. Se puder me dar uma dica agradeço.

Ronaldo