quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tomahawk e Tigris e Euphrates


Bom, desde que eu cheguei de viagem escrevi neste blog sobre os jogos que comprei na europa: Cave Troll, Schotten Totten, Zombies e ... ops! Esqueci do Tomahawk!!!

É um joguinho de cartas semi-caótico, como diria meu caro colega luso Zorg. O jogo é apenas para 2 jogadores, e consiste na disputa entre duas tribos de índios pelos melhores territórios de caça e escalpos.

A mecânica é a seguinte: Cada jogador tem um deck de 24 cartas de índios que variam de 1 a 10. O valor indica a força que cada índio tem. Os jogadores baixam cartas em cada turno da mão para disputar os 4 territórios disponíveis e escalpos, sempre em segredo, só revelando na hora de comparar os índios. Os territórios podem ser decididos em mãos de 1, 2 ou 3 cartas. O combate segue o seguinte roteiro:

1) Baixam-se as cartas (em segredo)

2) Revelam-se estas.

3) Resolvem-se os combates individuais (são as cartas baixadas no mesmo turno, e que dão escalpos que valem 1 ponto)

4) Resolvem-se os territórios. (somatório total de índios quando são necessárias mais de uma mão para resolver).


Exemplo de arranjo para a disputa entre territórios


Existem 3 tipos de territórios: planícies, onde não há alteração nenhuma na dinâmica do combate, florestas, onde todas as cartas ficam em segredo até que que o limite da mão seja atingido, e montanhas, que valem poucos pontos, mas que quem vence pode observar as cartas que o outro jogador baixou em uma área de floresta. Cada território tem um valor que varia de 1 a 5 pontos.

E como não podia deixar de ser, o Faidutti (em conjunto com seu comparsa Cathala) ainda criou sete índios com poderes especiais, que são sorteados 3 para cada jogador, que fica com 2. No final ganha quem tiver mais pontos.


Índios especiais

O jogo é muito rápido, ágil e sem analisys paralisis. Não é nenhuma descoberta da roda, e é muito caótico, mas funciona para o que se propõe. Útil para intervalos e início ou fim de jogatinas. Em quinze minutos o jogo se resolve e parte-se para alguma coisa mais pesada. E quase que eu me esqueci de dizer: o jogo é cheio de frescura para o set up!! Muito... putz, eu não queria dizer, mas vai lá. fiddly!!!

Outra boa notícia (pelo menos para mim) é que comprei um Tigris e Euphrates de tabuleiro. Já conhecia o jogo e estreei ontem, em uma sessão bem legal com o meu camarada Dimitri. Infelizmente não pude competir com este adepto do Tigris arte. Tal e qual um Garrincha dos jogos de tabuleiro, ele subvertia toda lógica do jogo, de uma maneira que o Knizia nunca teria imaginado: colocou tiles azuis fora dos rios, pontuava por monumentos que nem estavam conectados ao seu reino, e o pior, seus lideres eram anfíbios!!! Conseguiam nadar sem nenhum problema sobre o rio. Não tive nenhuma chance... :)

abraços

8 comentários:

Stein disse...

Todas essas regras erradas do Tigris foram corrigidas a tempo certo?

abs

Chirol disse...

Mais ou menos...

Na verdade foi desatenção dos dois, q sabem as regras mas não viram o que estava acontecendo (talvez pela emoção da estréia). Das primeiras vezes a gente até viu, mas depois, no calor do jogo, passou batido.

Foi bem engraçado o momento q eu percebi o quee stava acontecendo. :)


melhor que da próxima vez a gente não repete! (e serão muitas ainda!!!)

abraços

Dimitri BR disse...

não se iluda, Stein, não caiam nessa, tijoleiros: a verdade é que Chirol está vergonhosamente tentando minimizar sua derrota na estréia do tigris.

a verdade é que eu o derrotei inapelavelmente numa recente partida de tigris cards (jogada num clima de "pedi o tigris de verdade mas não agüento esperar o correio"), por um placar tipo 20 a 3, sei lá (ele não ganhou nenhuma batalha, daí fez só uns 2-3 pontos vermelhos).

por isso, quando da chegada do tigris de verdade, Chirolito veio todo cheio de bravatas "com tiles eu dou mais sorte que com cartas", blablabla - e perdeu de novo.

houvesse ou não conexão entre os reinos, fossem ou não anfíbios os nobres líderes do arco-e-flecha, o fato é que o adversário se exasperou e partiu para ações desordenadas, como assaltos internos tendo uma carta vermelha na mão, fazer dois templos numa ilhota de 9 tiles (logo tomada)...

assim sendo, o resultado da disputa não foi inesperado; e o feliz dono do novo jogo, outrora pródigo em bravatas e empáfia, irritou-se com a nova derrota, e desce agora tão baixo a ponto de querer desqualificar a minha vitória, chegando a cusar a mim - a mim! - de má-fé!!!

a mim, que sou notoriamente um jogador honesto ao ponto da paranóia, e também notoriamente desligado a ponto de pôr, na maior inocência, um líder numa curva do rio. e vejam bem: era o líder azul!! não teria o líder dos terrenos aquáticos a habilidade de construir uma palafita, uma jangada, de boiar, que fosse?!

por isso lhes afirmo, nobres colegas: venci legitimamente.

ademais, ainda que houvesse uma impensável má-fé, eu lhes pergunto: venceu ou não a Argentina a Copa do mundo com o "la mano de Dios"?

é como prega o ditado: o jogo se resolve entre as quatro linhas do tabuleiro. é tile contra tile. meeple contra meeple.

o resto é choramingo do mau perdedor.

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PS: NOTÍCIA SEM NENHUMA RELAÇÃO COM A ANTERIOR: gamers cariocas, aproveitem! ouvi dizer que há em Copacabana um exemplar recém-importado de Trigris e Eufrates à venda, por preço baratíssimo!

o proprietário não esclarece o motivo da venda; todavia, quando interpelado a respeito, assegura num grunhido que o jogo "só foi usado uma vez".

Chirol disse...

Como eu disse: contra o Tigris arte, moleque e alegre, não tive a menor chance!

Os lideres dele eram um mix de Aquaman com Namor!

:)

Chirol disse...

sò fiquei com pena do Tomahawk...

fiz o review e ninguém falou dele até agora...

:P

Dimitri BR disse...

o tomahawk é legal

a partida que jogamos hoje foi muito boa, com os poderes especiais entrando em ação em momentos-chave, quase como se querendo confirmar que o gosto do Faidutti pelo caos sempre resulta em bons jogos (o que não é completamente verdade).

ah, e nas cartas especiais, você esqueceu de mencionar o oitavo índio especial - o indío invisível (acima e à esquerda na foto, reparem).

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as partidas de hive com mosquito têm ficado cada vez mais interessantes, também; quando (se?) as peças oficiais chegarem, já estaremos aptos a dar bom uso às mesmas!

Stein disse...

O que dizer de algo muito bem escrito senão os parabéns? A review do Tomahawk ficou muito boa Chirol, deu vontade de jogar novamente.

Os comentários do Dimitri foram de uma verve literária ímpar, um exemplo da boa crônica brasileira (devido ao estilo)

abs

Stein

Stein disse...

Por isso é sempre um prazer ler o Oba, pena que devido à qualidade não temos quantidade.

abs