quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Os jogos de novembro

Após alguns entreveros e um ou outro mal estar, a mudança da sessão semanal de jogos para quinzenal em minha casa foi efetivada e consolidada. De qualquer maneira estou feliz, pois o que importa é ter a oportunidade para jogar com certa frequência, embora esteja louco, seco de vontade de estrear minha cópia de Hannibal e não consigo...já há dez dias em minhas mãos.

Bom, o que o mês de novembro me trouxe, foi:

Hive (5x); Twilight Struggle (3x); Apples to Apples (2x); Attika (2x); Cutthroat Caverns (3x); Duell (2x); Lightning: Midway (2x); Lost Cities (2x); Alibi, Arkadia, Bull in a China Shop, Caylus Magna Carta, Cold War: CIA vs KGB, Colosseum, Don Pepperoni, Duell in the Dark, Dungeon Twister, Dynasties, Fire and Axe: A Viking Saga, Groo, Hysteri Coach, Imperial, Ingenious, Khet, Lightning: D-Day, Railroad Dice, Mr. Jack, San Juan, Seafarers of Catan, Shear Panic, Thebes, Ticket to Ride: Europe, Ticket to Ride: Switerzland, Vikings

Destes jogos destaco comentando:

Twilight Struggle

Continuo achando um tremendo jogo, muito divertido, mas, pela repetição de partidas pude notar que há sorte demais envolvida, às vezes é frustrante. Todavia, considerando a quantidade de decisões que devem ser tomadas a cada partida e o gerenciamento absolutamente angustiante da sua mão de cartas, vale a pena jogar. Contudo o jogo certamente perdeu terreno em relação aos seus congêneres, principalmente frente ao Hannibal. Por tudo isso estou muito curioso para experimentar o 1960.

Cutthroat Caverns

Num primeiro momento fiquei preocupado, pois o jogo não chegava a representar um desafio. Passei a insistir então que todos tivessem em mente que a par da componente cooperativa do jogo ele era essencialmente competitivo, a cooperação era algo incidental para garantir o andamento do jogo e seu fim. Aí o jogo adquiriu outra dimensão e revelou suas verdadeiras qualidades.

Arkadia

Sensacional. A reafirmação do Rudiger Dorn como grande designer. Dos jogos recentes talvez seja o mais inteligente e o que oferece mais alternativa de estratégia e tática num ambiente de absoluta interação entre os jogadores, sem abandonar nenhuma das características dos bons jogos alemães. Está na wishlist.

Cold War: CIA vs KGB

Uma grata surpresa. Não é um jogo que oferece tantas opções e as decisões são um pouco óbvias, apenas numa ou outra rodada é que o jogador é posto diante de algo realmente difícil para decidir. Há um quê de Citadels, mas de forma um pouco sutil. De qualquer forma, vale o investimento.

Duell in the dark

Visual muito atraente e idéias bem boladas. Trata-se, sem dúvida, de um jogo original. Não há dados ou confronto propriamente dito. É um jogo absolutamente posicional: de acordo com a situação das peças no tabuleiro, os jogadores fazem mais ou menos pontos, tendo como referência os seus aviões. Se os caças alemães interceptam o bombardeiro inglês - pontos para os alemães; se a escolta inglesa intercepta os caças alemães - ponto para os ingleses; bombardeiro inglês atinge cidade alemã - muitos pontos, os quais podem ser reduzidos de acordo com as defesas da cidade e condições climáticas reinantes. E todas as condições são determinadas pelos jogadores, exceto o clima, que é sorteado durante o set-up do jogo.

Khet: the laser game

Jogo de luz e espelhos para determinar a eliminação de peças do adversário. Muito interessante, boa opção como jogo abstrato. As movimentações são rotações de peças ou seu avanço, para determinar mudança na trajetória do laser de forma que este se encerre numa peça do adversário. Bem sacado.

Ticket to Ride: Switerzland

Fiquei impressionado como esse jogo pode ser mal. As possibilidades de cortar a jogada do adversário lembram muito o T2R original, mas não no mesmo nível. Em termos de confronto fica entre este e o Europe. Vale a pena para dar um tempo no Europe e lembrar como podemos ser mesquinhos e egoístas hehehehehe

Vikings

Considero que o jogo não teve a acolhida que merece. Ainda devo apresentá-lo para mais pessoas mas acho um jogo de leilão muito original. As pessoas devem apenas abandonar a idéia que eventualmente tenham a partir do nome: você não vai sair por aí num barco aterrorizando vilarejos, roubando ouro e outras coisas torpes. Para isso, temos o Fire and Axe: a Viking Saga, um bom jogo por sinal.

O ranking de novembro ficou assim:

1. Arkadia
2. Twilight Struggle
3. Railroad Dice
4. Duell in the Dark
5. Fire and Axe: a Viking Saga
6. Imperial
7. Colosseum
8. Ticket to Ride: Switerzland
9. Don Peperoni
10. Cutthroat Caverns

Não joguei o Cave Troll neste mês, caso contrário ele estaria aí, com certeza! :-)

13 comentários:

missbutcher disse...

Hum, o Arkadia estava na minha "microwishlist" de Essen...
:-)

missbutcher disse...

Aliás, Stein, você acha que ele funciona bem com dois jogadores?

Cacá disse...

Opa.. isso eu posso falar, o ARKADIA consegue funcionar bem de todas as formas, inclusive com 2 pessoas...

Grande jogo mesmo, foi a minha melhor aquisição esse ano e sem dúvida esta subindo rapidamente no meu Top 10...

Atualmente ele e o ELASUND são os jogos que eu sempre vou estar na mesa... hehehehehehe

soledade disse...

Eu também gosto muito do Arkadia e parece mesmo que funciona bem a dois. Eu nunca experimentei mas parece que sim.

O TS tem o tal problema de sorte que eu acho, quase, incontornável. Numa mão de cartas boa podemos acabar com o adversário ou vice-versa. Porque as pontuações são intermédias e não somente no final do jogo, como acontece com o
1960. Daí em preferir o 1960.

O Vikings eu achei chatinho. Aquela coisa do rondel é meio chato porque temos de andar às voltas com ele, por vezes, para acertar nos últimos personagens que faltam.
Demora até demasiado tempo.

Última palavra - não posso deixar escapar - para o Imperial. 6º lugar?! Então mas jogaste alguma coisa melhor?! :P

Abraços
Paulo

Stein disse...

Vamos a todos.
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Bel, como todo jogo de posicionamento de tiles, o arkadia é possível sim a dois e certamente é melhor que o carcassone (e olha que acho carcassone a dois excelente).

Logo, trata-se de uma excelente aquisição, pois vc terá um ótimo jogo para 2, 3 ou 4 pessoas, no melhor estilo alemão.
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Cacá, vc esqueceu de acrescentar o War na sua lista. hehehehehe
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Soledade, vc jogou o Vikings com a regra avançada? Ela é indispensável para oferecer alternativas ao jogo, tornando-o algo mais do que simplesmente buscar o tile mais barato. O leilão pode se tornar algo cruel por exemplo. Sinto que esse jogo merece uma resenha.

Sobre o sexto lugar do Imperial quero lembrar que este ranking é puramente subjetivo, não reflete apenas a qualidade do jogo, mas também da própria partida em si. Embora admita que como jogo os 5 (cinco) acima dele não ficam muito a dever ao Imperial. Numa tentativa de crítica isenta e objetiva ficaria em dúvida entre o Imperial e o Arkadia.

abs

Cacá disse...

O WAR não conta é hors-concours... =)

O Imperial é que eu tenho que jogar novamente, fiquei com uma impressão muito boa (jogamos com 3). Mas ainda não tive oportunidade de jogá-lo novamente. O dono dele aqui é o mesmo do Antike, e prefere jogar o segundo. hehehehehe

Stein disse...

O Imperial é um jogo fantástico a 4 ou 5, com 3 é bom e com 6 algo fica estranho.

abs

zorg disse...

#stein

Estou curioso em relação aos teus comentários sobre o TS. Em que medida é que achaste a sorte excessiva?

Eu adoro o TS e acho que é um jogo bastante incompreendido. Por exemplo, já vi muita gente queixar-se do azar de lhe calharem muitas cartas do adversário na mão, quando isso não é azar, mas sim a situação normal do jogo. Para mim, uma má mão de cartas acontece quando tenho 2 cartas de scoring na mão e uma péssima, quando tenho 3. Mas mesmo aí é possível tomar medidas para minimizar esses problemas.

Eu acho que a importância da sorte é muito menor do que aquilo que aparenta. A gestão da mão de cartas é crucial, a gestão da situação no tabuleiro é importante e conseguir "ler" as intenções do adversário dá muito jeito. A sorte desempenha o seu papel, mas não acho determinante.

zorg disse...

#stein

Outra coisa: agora é que vi no teu post que tinhas jogado o railroad dice, que é um jogo que eu já ando a "namorar" há muito tempo.

Vale a pena? Qual é a edição que tens? Eu sei que há o original, o railroad dice 2 e o railroad dice germany... sabes alguma coisa sobre qual destes vale mais a pena?

Stein disse...

Bom, quanto ao TS:

A questão da sorte não se resume às cartas. Minha única restrição quanto às cartas são as de pontuação, que podem fazer muita diferença no momento em que saem sem que o jogador prejudicado possa fazer alguma coisa.

O problema da carta de pontuação é que ambos os jogadores sabem que no early war são aquelas duas, que podem voltar depois junto com outras duas.

A partir do momento em que uma delas sai no early war, já fica um pouco marcado a segunda.

O problema da sorte é o do lançamento de dados que influem em 3 coisas:

1. Corrida espacial
2. Golpes
3. Realinhamento
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1. Corrida espacial

Se alguém dispara na corrida espacial pode livrar pontos importantíssimos bem como vantagens sobre o outro adversário com grande impacto sobre o jogo.

Na minha última partida de TS, por exemplo, meu adversário só faltava 1 estágio para completar a corrida, enquanto eu ainda estava no segundo (e olha que tentei alcançá-lo, jogamos mais ou menos a mesma quantidade de cartas).
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2. Golpes
Esse não me importo tanto, falhar ou não numa única rolada. Às vezes vc não tinha nada melhor para fazer com os pontos de realinhamento e é sempre importante por causa dos military operations required do final do turno. Ou seja, algo vc sempre consegue, mesmo que seu golpe falhe.
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3. Realinhamento
Aqui a grande sacanagem. Se vc opta por um jogo mais seguro, espalhando sua influência sem apostar nos dados, seu oponente pode com uma jogada de realinhamento botar abaixo tudo o que você construiu. O pior é que se ele usa uma carta com OP 3, tem um sucesso estrondoso logo na primeira rolada, parte ainda para dois realinhamentos em locais diferentes, ambos com sucesso, como você fica?

Cada fator isoladamente não constitui um problema, exceto talvez o realinhamento, mas tudo somado confere um grau tamanho de aleatoriedade ao jogo que, às vezes, pode ser frustrante.

Repito, no entanto, que acho um tremendo dum jogo, muito bom mesmo. Você também tem que levar em consideração que sou um cara que precisando tirar 6 num dado de seis faces após 32 roladas não conseguiu tirar um único 6 (e apesar disso gosto muito do Age of Mythology).
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Quanto ao Railroad Dice. Acho um jogo muito bom. Tenho a primeira edição. Não joguei a 2a edição, mas acho que ela traz uns avanços, já que o próprio autor reconheceu que a primeira tinha alguns problemas e aceitou algumas regras que o pessoal postou no BGG. Portanto, apostaria na segunda.

Ele é um jogo diferente na utilização de dados. Fiz uma resenha dele aqui mesmo no Oba, no ano passado. Dê uma busca nos arquivos que vc encontrará.

abs

Chirol disse...

Agora a pergunta que não quer calar: O Axe & Fire vale a pena?
Ele está na minha wishlist de jogos caros e grandes faz um tempo...

Stein disse...

Chirol,

O Fire and Axe é muito bom, extremamente temático, foi o melhor jogo de vikings que joguei até agora. Tem saque, tem comércio, tem assentamentos...enfim, muito legal, fora que as miniaturas são lindas.

Mas tenha em mente o seguinte: o jogo é de 3 a 5 jogadores. Em 3, o negócio tende a ficar muito amigável, com uma sacanagem ou outra, principalmente em virtude de cartas e não de movimentações dos vikings adversários. Daí o jogo é apenas ok.

Agora em 4 ou 5 o bicho pega. Além de haver maior concorrência pelo comércio há também uma corrida para ver quem arrasa determinadas cidades primeiro. Além disso, com 4 ou 5 jogadores as cartas circulam muito mais, gerando situações extremamente hilárias (ou sacanas no último grau, aquele antes de romper amizades).

Vale a pena sim. Para sua coleção seria ótimo, porque acho que vc não tem nada neste estilo.

abs

zorg disse...

#stein

TS:

Em relação aos dados, claro que há sorte mas, como tu próprio dizes, há sempre outra vantagem, mesmo que a sorte não sorria. Nos golpes sobe-se o military ops track e na corrida espacial livras-te daquela carta madrasta que te ia lixar o jogo todo. Só nos realinhamentos é que não há essa vantagem adicional, mas há uma boa razão para isso: os realinhamentos são arriscados, porque podem sair ao contrário, ou seja, a pessoa que os iniciou pode perder influência se a coisa correr mal (o que não acontece nos golpes).

Seja como fôr, na minha experiência a sorte nunca chegou a ter um papel decisivo. Houve jogos em que tive mais sorte, noutros mais azar, mas nunca perdi um jogo onde não pudesse perceber claramente onde tinha falhado e nunca ganhei um jogo onde não percebesse também onde o meu adversário tinha falhado.

Em relação ao RR Dice, se calhar vou mandar vir o 2, então. :)