Isso aconteceu há algum tempo com o CAVE TROLL que foi um sopro de ar puro na minha coleção que estava se tornando muito "eurogamer" e me fazendo esquecer as minhas origens. Arrisco-me a dizer que a coleção estava um pouco esnobe e padronizada.
Bem, não lembro como mas fuçando no BGG encontrei um jogo novo de cartas (mas com counters e tokens e cartões especiais para personagens) chamado CUTTHROAT CAVERNS. De cara o que me atraiu foi o lema do jogo:
Without teamwork...you'll never survive.
Without betrayal...you'll never win.
O jogo escancaradamente declarava sua inspiração em RPG's a la D&D com todos os seus estereótipos. Basicamente os jogadores são heróis que estão numa dungeon e devem enfrentar um determinado número de monstros para sair das negras cavernas do desespero e da ambição, caso contrário nem teríamos entrado lá, exceto o paladino que enfiou na cabeça que é sua missão livrar o mundo do mal que infesta as cavernas. Como no grupo não existe nenhum paladino, então todos estamos lá por motivos menos altruístas.
A parte cooperativa do jogo é para fugir da Dungeon uma vez que um herói sozinho dificilmente sobrevive, então todos precisam se esforçar para matar monstros. Isso porque a dificuldade do jogo é setada pelo número inicial de jogadores.
A parte competititva é a que fornece pontuação e determina, portanto, o vencedor. Aí é que entra outra grande sacada e que dá a habilidade de cada um no uso de suas cartas: só ganha pontos quem deu o último golpe, o golpe fatal.
O jogo dura 9 encontros, ou seja, 9 monstros. Cada monstro tem a sua habilidade especial, sua quantidade específica de pontos de vida e um número pré-determinado de pontos de prestígio para o grande matador.
Há também uma grande influência do caos. A iniciativa entre os heróis para cada rodada de combate é sorteada no início de cada round de combate, mas a escolha da carta que cada um utilizará na rodada é feita de forma simultânea e secreta.
As cartas se dividem entre: ataque, ação e itens. As cartas de ataque são setadas de forma secreta, as cartas de ação possuem momentos determinados para serem jogadas, independentemente das cartas de ataque e os itens são baixados imediatamente para serem usados posteriormente pelo respectivo possuidor.
As cartas de ação conferem caos ao jogo, bem como garantem um bom nível tático: elas alteram dano (tanto para cima para quanto para baixo), roubam itens de outros jogadores, redirecionam o dano do monstro...enfim, as possibilidades são infinitas. Algumas delas são excelentes pela piada (ex: My hero - alguém toma o dano que vc tomaria), outras são fortemente temáticas (ex: potion of healing - sem comentários).
Ah, os tokens. Eles servem para marcar algumas funcionalidades de monstros especiais. Por exemplo, a hidra. Coloco em jogo o número de cabeças de hidra equivalente aos jogadores mais uma. Ou o Tentakill: toda vez que um jogador é atingido pelo monstro um tentáculo é enrolado nele, o que é representando por um token. Para atingir o Tentakill, o jogador deve destruir o tentáculo primeiro. E por aí vai...tem wolfpacks, ilusões, pequenos capangas...etc...
Embora o jogo seja novo, já traz uma expansão, que traz novos monstros, o que sempre é legal, bem como o conceito de habilidades especiais para os heróis. No jogo base, pragmaticamente falando, não fazia diferença nenhuma ser o anão, o elfo, a maga, a ladra, etc...Agora, depois da expansão, cada um deles tem o seu poder especial.
A regra geral é que os aventureiros deverão enfrentar 9 monstros, mas existem alguns encontros (como necromancer, obsidian gate, blood mage) cujo efeito é trazer novos monstros. Mas não se preocupem a rejogabilidade é grande porque o jogo base traz 25 encontros, enquanto a expansão traz outros 15. Além disso, no site do fabricante tem arquivos em PDF com novos monstros que vc pode imprimir e utilizar no jogo. Também devemos lembrar que a ordem dos encontros é aleatória. Assim, mesmo que os encontros sejam os mesmos de uma partida para outra, a mudança na ordem já é suficiente para mudar totalmente a característica do jogo.
Enfim, estou muito entusiasmado com o jogo, espero jogá-lo em breve e ficaria muito feliz se fosse numa mesa na qual estejam sentados Alfredo, Chirol e Dimitri, além de mim é claro.
abs
Stein
14 comentários:
hum, o jogo parece mesmo farofeiramente, rpgemente interessante. agradeço desde já o convite para experimentá-lo e informo que estou planejando um pulinho em SP; não sei se vai rolar, mas se for é para breve.
agora, o cavetroll é um outro assunto: o jogo é bom de verdade. como eu postei lá no bgg, acho que é uma das combinações de euro e ameritrash com a melhor dosagem de cada um. :]
Também gosto muito desse jogo, chamei o freidemann friese o uwe rosenberg e o michael schacht pra jogar semana passada, mas daí o andreas seyfarth apareceu e ele não queria jogar, então acabamos jogando amun-re, que é bom de cinco.
foi muito legal aquela noite, pena que não deu tempo de jogar um El Grande
eu sabia que o Friedman Friese era Frutinha!!
Sacanagem...
sou sempre discriminado!! ninguém me chamou!
por causa dessa panelinha que nunca venci o spiel des jahres!
pô, o Reiner tá certo, mas é que é chatão jogar com ele;
a gente chama pro playteste, mostra a nova criação todo animado, e ele manda:
"ih! mim já ter lançada joga igual a essa em 1989."
RPG e farofa é comigo mesmo!! Tem algum beholder? Acreditam que eu nunca enfrentei um beholder em todos os meus anos de AD&D?
E Cave Troll, bem, ele é a prova cabal de que o ranking do BGG não é tão sério assim (apenas número 689).
abraços
quase esqueci de comentar:
tem uma galera muito vip frequentando o blog!!
deve ser um joguinho de cartas semi-caótico...
eu faria melhor!
Não tem nada a ver com o post nem com os comentarios, mas achei engraçado então vou por:
http://boardgamegeek.com/image/262564
WTF? Tudo bem ela IR pra essen, mas precisava continuar de faixa?
http://boardgamegeek.com/image/260182
E esse pra complementar o post dos bolos.
Olha aqui ó!...
Eu bem vi esse ser circulando lá na feira!
hum, gabuxo quer arrancar a faixa da miss canadá. uau, que selvagem!
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