segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Mais uma bola dentro da Days of Wonder

Para aqueles que pensam que vou falar sobre o Battle Lore lamento desapontá-los mas vou tratar de "jogo velho" porém novo para mim, pois o objetivo é comentar o Cleopatra and the Society of Architects.

O jogo surpreendeu porque não esperava que servisse como um gateway, mas alguns amigos non-gamers em visita a minha casa em São Paulo viram a caixa, tiveram a atenção despertada e pediram para jogá-lo.

Assim abandonei meus planos de sequência de jogos e atendi aos desejos das visitas, o que foi uma satisfação para todos: joguei minha segunda partida e pude avaliar melhor o jogo enquanto os meus convivas adentraram no mundo dos jogos com uma experiência divertida.

O conceito do jogo é simples: coletar recursos (cartas) que são trocadas por peças, as quais são inseridas no palácio, com o que o jogador ganha dinheiro e quem tiver mais dinheiro, ao final do jogo, vence.

Seria muito inocente se não fosse um detalhe: no afã da construção o jogador é levado a se corromper para obter facilidades e quem for mais corrupto, mesmo que seja o mais rico, não será sagrado o vencedor mas sim atirado aos crocodilos.

Resumidamente no seu turno o jogador tem duas opções:

1. ir ao mercado para comprar cartas; ou
2. ir a pedreira para tomar as peças que irá construir

As cartas no mercado são dispostas em três colunas, para pegar as cartas basta escolher uma coluna e tomar todas as cartas que ali estiverem, após o que o jogador pega 3 cartas do monte e coloca uma cada coluna, incluindo a coluna que ele esvaziou. Desta forma, no final do turno, serão duas colunas com uma carta a mais e uma coluna com uma única carta.

O detalhe é que as cartas são misturadas pois metada das cartas é embaralhada com a face para baixo e a outra metade com a face para cima. Desta forma há uma incerteza sobre o que pegar. E essa incerteza é agravada pela questão que ao estourar o limite de 10 cartas na mão o jogador é obrigado a realizar a seguinte escolha:

a) ganhar 1 pto de corrupção e se livrar do excedente; ou
b) manter o excedente ao custo de 1 pto de corrupção por carta

Isso obriga a todos a realizarem um constante gerenciamento da mão em contraponto ao que existe disponível no mercado e no que resta a ser construído. Logo, um jogador excessivamente cauteloso quanto à corrupção terá menos dinheiro enquanto outros, embora correndo o risco da corrupção estarão fazendo fortuna. Para azar do nosso amigo cauteloso apenas um destes ambiciosos construtores morrerá.

Em tempo: na partida de 2 jogadores não há morte mas apenas uma penalidade em dinheiro para o mais corrupto.

Assim, saber dosar a corrupção a ser ganha bem como gerenciar os recursos para otimizar suas fases de construção e fazer mais dinheiro é a chave do jogo, o qual funciona muito bem em qualquer número dos jogadores possíveis.

A partida é dinâmica pois eventualmente as rodadas são muito rápidas quando seguidas de idas sucessivas ao mercado, mesmo a fase de construção não é das mais demoradas pois todo o tabuleiro é muito bem organizado, facilitando muito a jogabilidade.

Consideraria o jogo como de peso médio. Em quatro ou cinco jogadores ele pode demorar no máximo duas horas.

Dado o sucesso do Cleopatra estou tentado a dar uma oportunidade para o Pirate's Cove na minha coleção :-)

Ah, quem quiser saber mais detalhes sobre o jogo pode dar uma olhada no www.boardgameswithscott pois nosso simpático barbudo fez um "video-review" sobre este jogo.

abs

Stein

9 comentários:

birdaum disse...

Opa, Stein!
Respondendo às perguntas da caixa de comentários anterior, moro em Campinas e chego dia 22/2. (Mas acho que acabo indo pra Campinas só em março.) Não é mto longe de sampa. ;)

soledade disse...

Eu também acho o Cleopatra um jogo curioso. É muito bem produzido, todos os componentes são muito bem conseguidos, o artwork é excelente e o jogo até cola bem no tema.

Deste ponto de vista até parece, de facto, um bom jogo para iniciar jogadores, uma vez que é muito atractivo ao olho.

Pena é o downtime caso apareça alguém mais lento a jogar. É um bocado como diz o Scott Nicholson, se o jogo durar mais de uma hora fica chato.

Abraços
Paulo

Costa disse...

A mim não puxa carroça. Comparando com os jogos que temos jogado por aki, acho este desinteressante, repetitivo e rebuscado.

FritadorDePastel disse...

Alguém pode me indicar links a respeito do jogo Fronteira?

Dimitri BR disse...

primeiro um anônimo (vide post com a notícia). agora um fritador de pastel. estamos progredindo...

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ih, qdo eu perguntei por links pra pôr aqui, há um tempo, ninguém lembrou de citar o bgswithscott, nem o dicetower (do tom vasel). assim que tiver uns minutinhos eu ponho aí do lado; agora tenho de arrumar bagagem.

uaah, que sono...

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ah, fritador, só pra não dizerem por aí que o oba não foi gentil e prestativo como de costume:

http://boardgamegeek.com/game/22237

aí está o pernicioso corruptor de menores (atenção: IRONIAAA), que na ultra-politicamente correta, hiper-conscienciosa com educação, über-seguidora de leis Alemanha, continua sendo vendido tranqüilamente.

soledade disse...

Curioso. Por aqui vem a notícia de que um strip tease feminino de uma noiva e um testemunho real de masturbação feminina causou um caos tremendo por aí.
Agora é um joguinho que "ensina" o pernicioso hábito da burla ao Estado...
Um de Abril?
"amanhã vai ser outro dia, amanhã vai ser outro dia..."

Abraços
Paulo

Stein disse...

Costa, o perigo de downtime existe em qualquer jogo na verdade.

Imagine no Maharaja todo mundo já tendo escolhido sua ação no disquinho e um sujeito ficar 5 min:

"hummm, já escolhi...não, espera, naõ sei o que fazer..."

E isso durar todo o turno?

E olha que no Maharaja as decisões são muito mais difíceis.

Acho o downtime complicado quando o jogo necessariamente induz a isso por sua complexidade ou regras intrincadas.

abs

Stein

Dimitri BR disse...

isso, caro Soledade, sem contar o bloqueio temporário do acesso ao youtube, devido à divulgação em vídeo das peraltices praianas de uma apresentadora de tv.

Cacá disse...

Jogamos ontem ele aqui no Rio na casa do João Gurgel... muuuuuuito bacana mesmo, leve, divertido e bom pra dar uma sacaneada... o Bouzada ganharia fácil, mas o jacaré comeu ele... e ele ficou esperando a oferenda a Anubis, que não saiu... muito bacana, fora que visualmente ele é impecável...