terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Mais um top 5 do mané do Chirol...

Bom pessoal, provavelmente serei conhecido pelas futuras gerações como o chato que inventava top 5 no oba, tijolo. Mas como não me canso de ser nerd, vai aí mais uma dessas listas super úteis: Top 5 designers de jogos de tabuleiro!

1 - Wolfgang Kramer - O cara criou o El Grande, um dos meus jogos favoritos, e tive mais certeza ainda de que o cara é muito bom depois de jogar uma bela partida de Maharaja no último sábado. Quase que eu esqueci: é dele o Take 6!!

2 - Alan Moon - Ele inventou o Ticket to Ride. Precisa mais? Só para ilustrar como este jogo é bom e acessivel para non-gamers, há duas semanas atrás estive em um hotel fazenda com a família. Eramos um grupo bem eclético, com pessoas acima de 60 (100% non-gamers), pré-adolescentes de 11 anos, e mais gente sem um passado de jogos. E qual foi o jogo que todos jogaram tensos e se divertindo? As grandes dúvidas da semana foram quem seria capaz de ligar Cadiz a Estocolmo, Berlin a Smolensk e Sevastopol a qualquer lugar. E o sujeito ainda fez o Elfenland!

3 - Andreas Seyfarth - Puerto Rico e Thurn and Taxis, sendo que o segundo é o jogo que eu mais jogo com a minha mulher.

4 - Reiner Knizia - 300 jogos por ano, e sendo que entre eles estão o Tigris e Euphrates, o Amun-Re, la course des Tortues e o Quo Vadis. Muita gente implica com a falta de tema dos seus jogoa, mas acho que as qualidades superam os problemas.

5 - John Yianni - Quem? Hã? Cuma? Sim! O sujeito que fez o Hive, o melhor jogo para duas pessoas de todos os tempos! Nunca joguei nenhum outro jogo dele, mas e daí? Ele fez o Hive!

Hors-concours - Meus camaradas Manti e Dimitri. Só não entraram na lista porque nenhum jogo deles ainda foi publicado.

abraços para todos

13 comentários:

Stein disse...

Eu adoro os seus top-five chirol! Sempre conte comigo para repercuti-los hehehehehe

Todavia, como ainda somos crianças no mundo dos tabuleiros e não temos acesso a muita coisa, muito do que dissermos do autor reflete muito o que gostamos demais de um jogo.

Por exemplo: eu listaria o Ralf Burkert. Conheço só um jogo dele, o In the shadow of the emperor, mas acho o máximo.

De qualquer maneira, eu não seria eu se eu também não fizesse uma listinha.

1. O Kramer é muito bom, bastaria o El Grande, mas também tem o Torres e o Princes of Florence, além de muitos outros (Maharaja).

2. Rudigern Dorn ou Dirk Henn? Não sei por que sempre associo os dois, embora seus jogos não tenham nada a ver entre si. De um lado Goa e Louis XIV, do outro Wallenstein, Shogun e Rosenkonig.

3. Schacht: pô, o cara fez Hansa, Industria e Kontor!? Precisa mais? Tá certo, ele tb fez o Coloretto, China, Alhambra, Magna Grecia e Paris Paris.

4. Knizia, não dá para deixá-lo de fora. O kra fez muitos jogos bons. O único defeito é não deixar os estagiários aparecerem muito :-)

5. Ralf Burkert - In the shadow of the emperor. Só para constar: ele tem mais dois jogos listados no BGG: Mac Robber e Magier von Pangea

Eu ainda faria uma menção honrosa ao Leo Colovini e ao Casola Merkle, ou Caçarola, como gosta o Alfredo :-)

abs

Stein

zorg disse...

Perdi o comentário, que estava tão bonito, por causa da porcaria do blogger! Damn!

Vou tentar outra vez.

Dizia eu que descobri o Carolus Magnus, do Colovini, muito recentemente, mas fiquei muito impressionado! É um dos area majority mais giros e originais que já joguei, com alguns mecanismos de génio (a junção das regiões e o facto do controlo de cada cor não ser estático), mas tudo isto com regras muito simples e fáceis de explicar. Nós estávamos a jogar sem nenhum erro de regras literalmente 10 minutos depois de abrirmos a caixa e eu ler as regras pela primeira vez. Para além disso joga-se num tempo muito razoável (45 minutos a 1 hora) e tem potencial para entrar para o panteão dos clássicos.

Outro rapaz que tem estado em alta lá no meu quintal é o Mac Gerdts, por causa do Imperial. Na classe dos jogos de 3h, com pancadaria, economia, que se jogam de charuto na boca e copo de whisky ao lado, este Imperial é dos melhores que já joguei. Também tem regras simples (ou relativamente simples, para o tipo de jogo que é), mecanismos originais e perfeitamente enquadrados no jogo (a rondel funciona na perfeição) e um tempo de jogo razoável (mais uma vez, para o tipo de jogo que é). Gostei tanto deste imperial que até fiquei com vontade de experimentar o Antike, um jogo que eu tinha mais ou menos posto de parte depois de ler alguns comentários no BGG.

Ah e folgo em saber que o Hive é o melhor jogo para 2 jogadores jamais feito, uma vez que já deve vir a caminho das alemanhas...

soledade disse...

Eu gosto de tops. Para mim podes contiuar a colocá-los Chirol.

Na lista incluiria o Knizia pela quantidade, mais que pela qualidade. Ele tem coisas realmente boas, T & Euphrates, Samurai, Modern Art, entre outros. Mas ele tenta tanto, tanto que algumas vezes teria de acertar. Não lhe retirando o mérito, claro.

Concordo com o Zorg no Mac Gerdts. Ele tem dois jogões. Para mim o Antike é melhor que o Imperial. Gostos. Mas são ambos muito bons.

O primeiro da lista teria de ser o Martin Wallace. É uma paixão pessoal. Isto até soa um bocado gay mas, é verdade. Eu acho o homem um génio, dentro da categoria.

Abraços
Paulo

zorg disse...

#soledade

Só para clarificar: eu não disse que o Imperial é melhor que o Antike, até porque nunca joguei Antike. Eu disse foi que o Imperial é muito bom! Tão bom que ressuscitou a minha curiosidade em relação ao Antike, que tinha morrido depois de ler os tais comentários no BGG.

Em relação ao Wallace, curiosamente, tenho vindo a arrefecer um bocado. Já fui um incondicional e continuo a achar o Age of Steam uma obra prima, mas em relação ao Princes of the Renaissance e ao Byzantium começo a arrefecer um bocadinho. Acho que à medida que vou jogando mais jogos, começo a valorizar determinados aspectos dos jogos que normalmente os do wallace não têm, com excepção talvez do age of steam. É um bocado difícil de explicar, mas conceitos como elegância, limpeza de regras, coesão e coerência começam a ter mais importância para mim e os jogos do wallace muitas vezes não encaixam neste retrato. Não quer dizer que não sejam bons jogos, nem que não tenham outras qualidades (dá-me imenso gozo jogar Byzantium, mas o jogo é tão difícil de digerir das primeira 2 ou 3 vezes que jogas, que é complicado metê-lo na mesa muitas vezes), mas quando comparados com outro tipo de coisas, normalmente vindas de um dos grandes alemães, parecem mais amadores, mais "feitos em casa" e menos polidos (e não estou a falar dos componentes). Coisas como 750 mil tiles em cima da mesa, cada uma com um "poder" diferente e disponíveis para serem escolhidas, como no struggle, ou 20 mil excepções às regras, por norma bastante mal escritas, como no Byzantium, começam a não me agradar muito. Comparem-se estes exemplos, com a elegância e simplicidade de um El Grande, ou a intemporalidade de um Tigris e Eufrates que conseguem proporcionar experiências de jogo fantásticas com muito menos "ruído" e talvez se perceba o que estou a tentar dizer. E quem diz o tigris e o el grande, diz muitos outros (normalmente bem colocados no ranking do BGG).

Chirol disse...

rapidamente sobr eo Knizia:

O que eu acho iincrível é que dentro do volume enorme de jogos que ele lança, saem vários muito bons! A relação quantidade/qualidade é que impressiona!

E zorg, compra o Hive sem medo. Confesso que tive um preconceito enorme quando o Dimitri me descreveu o jogo, mas depois me rendi. Nunca dois jogos de Hive são parecidos!

abs

zorg disse...

O Hive já vem a caminho! E com ele vêm 2 Knizias que prometem: o Taj Mahal e o Blue Moon City. :)

soledade disse...

@zorg

Concordo contigo. Os jogos do Wallace não são elegantes e não são polidos. Por isso, e aí acho que estamos de acordo, não fazem parte daquela lista de topo do bgg, com a excepção do AoS.
Ainda assim, e depois de confrontado com n jogos de vários autores, sobretudo os já citados El Grande (o supra-sumo da elegância), Puerto Rico (o jogo que eu gostaria de ter criado) Tigris e Euphrates (obra-prima)etc..., são os jogos do Wallace que mais prazer me dão jogá-los. E classifico-os, não como o jogo pelo jogo, e sim por aquilo que para mim ele vale, pessoalmente.

Ainda assim acho os jogos do Wallace extremamente temáticos, com excepções às regras (Liberté, Perikles por ex.) que me parecem muito bem coladas ao tema e que, para alguém que já tenha tido algum tipo de contacto com jogos do autor, intuitivos. E é, normalmente aqui, na parte do intuitivos, que ninguém concorda comigo. :)

Em relação ao confronto Imperial/ Antike eu não disse que aquela era a tua opinião. Era a minha. Eu acho o Antike melhor que o Imperial. Gostos. Porque acho que o rondel funciona melhor, gosto mais do tema, que é menos abstracto (isto também é polémico) e tem muito menos downtime. Factor tempo diversão superior.

zorg disse...

#soledade

Sim, eu concordo que os jogos do Wallace normalmente são mais temáticos, ou pelo menos tentam ser, do que o típico eurogame. Em relação a serem intuitivos, acho que depende um bocado. O Byzantium, por exemplo, é muito pouco intuitivo e é dificil para as pessoas interiorizarem o conceito (pelo menos as pessoas com quem eu joguei até agora). Acho que até paga por isso, no ranking do BGG, já que o considero muito underrated. No Princes of the Renaissance também custa muito a aceitar a quem joga pela primeira vez o facto das cidades não pertencerem a ninguém exclusivamente e se leiloar quem as ataca e quem as defende, numa guerra.

Mas os outros até não acho pouco intuitivos. E não me entendas mal: eu também gosto de os jogar, só que ultimamente tenho descoberto que gosto igualmente de jogar outros jogos, mais limpos e polidos, que por norma são mais rápidos, mais fáceis de ensinar e, consequentemente, de convencer as pessoas a jogá-los comigo.

Acho que estou a "euroizar", o que não deixa de ser curioso, porque esta também é a altura em que comecei a jogar e a gostar de alguns jogos de guerra (até agora Hannibal e C&C: Ancients, mas já lá está o rommel in the desert à espera).

Em relação ao conflito Antike/Imperial, não posso dizer nada, porque nunca joguei Antike. Mas essa é uma situação que espero alterar depressa! :)

soledade disse...

@zorg

Os nossos amigos brasileiros que desculpem o spam de comentários mas é que aqui está muito frio...

Também concordo contigo nisso. Tem-me apetecido jogar coisas mais levezinhas e simples.
Adorei o Samurai e gostei do Through the Desert e do Sankt Petersburg, as três últimas novidades que joguei.
O Memoir, e porque tb me tem apetecido mudar de ares em relação a jogos, eu experimentei e não gostei. Não faz o meu género. Acho que não sou um wargamer. O que é uma vantagem porque fica mais barato. :)

Stein disse...

Sobre o Wallace justiça seja feita: O Perikles é genial e não tem os problemas de design que matam o Libertè, por exemplo.

Há algum tempo já estava de "caso" com o Wallace, mas sempre faltava alguma coisa:

Struggle - aquela infinidade de quadradinhos pequenos desanima.

Libertè - as cores das peças e do tabuleiro estragam o jogo, muito bom por sinal

Tempus - o fator kingmaker realmente assusta um pouco, mais do que no Antike.

Até que apareceu o Perikles, um dos melhores jogos que já vi. Variado, bem encaixado no tema, bem produzido, um tabuleiro funcional. O único problema do jogo é a tabela de combate, mas pega-se o jeito.

abs

Stein

3a1 disse...

caros tugas, podem escrever o quanto quiserem, é um prazer lê-los! contudo, como aqui está um calor sinistro (como dizemos nós cariocas), serei breve:

Stein, sou fã do Schacht, mas você não precisa "roubar" a favor do cara: Alhambra não é dele, é do Dirk Henn! :]

Hive é foda mesmo. aplausos. até dá pra aceitar que se ponha um cara de quem só conhecemos UM jogo numa lista top 5...

dos citados, acho que meu preferido é o Schacht (em termos de conjunto da obra).

o Knizia realmente consegue aliar quantidade à qualidade, e designs mais limpos sempre tem apelo sobre mim.

mas faço menção ao Faidutti - sim! - que, além de escrever artigos que me foram muito úteis quando resolvi pesquisar sobre jogos, tem obsessão por caos, humor, tema e interatividade - todas características que geralmente me agradam num jogo. Às vezes ele erra a mão, mas acho que tende a melhorar.

aliás, o mesmo eu digo do FFFFriese; até há pouco, eu achava ele mais um bom marqueteiro - com a história dos FF e o cabelo verde e temas engraçadinhos - do que um grande gamedesigner; mas ele vem diversificando sua produção (de Power Grid a Fiji!), e acertando seguidas vezes em jogos interessantes e divertidos. acho que ele está antenado com o mercado, que pede jogos "médios", e aprimorou suas habilidades no que diz respeito à elaboração de regras.

finalmente, agradeço ao Chirol la "menção honrosa"; espero dia desses encontrar tempo pra me dedicar a novas incursões no mundo do gamedesign. e Mantovani ainda está concorrendo no Hippodice!

ih, nem fui tão breve assim. a água do macarrão deve ter evaporado!

abraços paratodos.

Rafael Mantovani disse...

bom, eu não seria eu se fizesse uma top list inteira, mas meu game-designer 'xodó' é certamente o Friedman Friese,, por causa de temas e mecânicas criativas em jogos como o Fiji (aliás, tem no BGG uma GeekList muito legal escrita por ele próprio, contando como teve a idéia para cada um dos seus jogos). Também gosto do 'conjunto da obra' do Schacht, como disse o Dimi, acho o Knizia fodão, e gosto do Franz Bruno DeLonga, que só inventou o Transamerica (que eu conheça) mas... inventou o Transamerica! E além disso o nome dele é muito legal.

Hugo Carvalho disse...

já agora, e uma vez que se tem falado aqui de designers, convido a darem um pulo ao www.jogosdetabuleiro.blogspot.com para conhecerem um pouco dos seus podres.