quarta-feira, 14 de junho de 2006

Caylus pobre




Eu ia matar a curiosidade do Mantovani lá nos comments do poster anterior, mas achei que a noite de ontem merecia um post só pra ela.

Começamos a jogatina com uma partidinha de Guilhotine no intervalo do jogo do Brasil (Eu, Bel, Dimitri, Chirol e Ana). Uma partidinha rápida que eu fiz o favor de terminar assim que o jogo (do Brasil) recomeçou.

Teminado o jogo (de football) começamos uma partida de St Petersburg. Somente eu, Dimitri e Chirol, pois a Bel foi embora trabalhar (alguém tem que fazer isso, né?) e a Ana tava com o siso operado (ou melhor tava sem o siso). O Chirol nos venceu de lavada. Eu sou muito ruim nesse jogo!!!

Em seguida resolvemos inaugurar o tão falado Caylus. Fizemos o set up do jogo, mas o Chirol teve que tirar a Marina do banho, dando um tempinho pra eu e Dimitri jogarmos Aquele cujo nome não deve ser mencionado (Dimitri, vou começar a chamá-lo de Voldemort). Foi ótimo pois deu tempo do Tiago chegar e aí sim sentamos pra jogar Caylus.

Eu e Dimitri (tarimbados jogadores de Caylus online - já que eu tinha jogado uma vez e ele duas e meia) explicamos o jogo pros outros dois. Só a explicação deve ter levado uma hora e meia (a Ana ficou assustada). Finalmente começamos. Depois do terceiro ou quarto turno fizemos um complô pra sacanear o Chirol. Foi um complô meio desajeitado, no qual a jogada teve que voltar umas três vezes pra que pudéssemos voltar suficientemente o Provost de modo a impedir o Chirol de fazer seu segundo pedacinho de castelo. No próximo turno o baliff chegaria ao final da dungeon e ninguém ganharia favor real, já que cada um (menos o Tiago) tinha feito um único pedacinho. Que desgraça!!! Resultado final da jogada: Chirol reclamando pois antes não tinha sido permitido a ele voltar a jogada algumas rodadas antes pra sacanear o Tiago, Dimitri e Tiago sem dinheiro, Tânia com dinheiro e sem reclamações : )

Só que, como o Tiago ficou sem dinheiro e não tinha como posicionar trabalhadores na rodada seguinte, ou seja, ficou sem jogar. (Não questione, Mantovani, só leia) O Dimitri ainda conseguiu se salvar passando direto e assim ganhando um de dinheiro. Ou seja, o Tiago acabou levantando pra pegar um livro pra ler. Por sugestão do Dimitri, decidimos recomeçar a partida, desta vez tomando cuidado pra não ficar sem dinheiro e sempre repetindo: o Mantovani avisou que é muito ruim ficar sem dinheiro neste jogo.

Bom, partida reiniciada o Tiago ficou várias rodadas sem construir nada e só acumulando dinheiro. Os outros foram construindo devagarzinho e a duras penas. O Tiago ficou rico e o jogo pobre. Tínhamos muita dificuldade pra constrruir mas o baliff continuava avançando, implacável.

Fizemos várias burradas durante o jogo. A mais clássica, é claro, aquela de contar com o ovo no cu da galinha, ou seja, esquecer que a casa de construção vem antes daquela onde você vai ganhar a matéria prima. Mais pro fim (já quase 1 da manhã) as besteiras eram tantas que começamos a questionar o que teríamos fumado.

Faltando umas 3 rodadas pra terminar (pois o baliff chegaria no fim do setor das torres) o Tiago fez uma residência, tendo assim direito a ganhar 1 a mais de dinheiro por rodada. Como assim um a mais? Em que momento ele vai ganhar esse dinheiro? De repente me veio uma luz: junto com os outros 2 dinheiros que deveríamos estar ganhando a cada rodada.

Ou seja, quase na última rodada descubrimos que havíamos esquecido uma regrinha sem a menor importância. Passamos todo o jogo sem a mesada básica no início de cada rodada. Não precisa dizer que fomos até o fim assim, né? Resultado final: Tiago, Tânia, Dimitri e Chirol (os dois últimos com 1 ponto de diferença. Ou foi Chirol e depois Dimitri, não lembro mais) e dois monumentos contruídos (mesmo sem a mesadinha).

E assim foi criado o Caylus versão país subdesenvolvido.

5 comentários:

Rafael Mantovani disse...

hahahaha, eu tinha mesmo achado que Caylus Pauvre era uma expansão que o Chiras tinha comprado na França. Quero muito experimentar a versão mundo cão! Podíamos fazer uma noite só de partidas mundo cão, Pague pra ver, Caylus, Kontor (a variante "Pobreza" está no manual) e Esperanto de Pobre, em que as pessoas só falam duas línguas, sendo que a segunda eles só arranham e vale 1,5.

Aliás, dá pra jogar a versão mundo cão no BSW: é só todo mundo combinar de desconsiderar os 2 de renda que vêm automaticamente todo turno!
bjos


P.S.: Vejam o link pra expansão do Caylus inventada por jogadores (no comment do post abaixo), é muito legal.

Dimitri BR disse...

Manti, o que exatamente você achou legal da expansão proposta?

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aliás, é bom que se esclareça, não se trata de fato de uma expansão: são só 4 construções a mais, sem alterações na regra do jogo em si.

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além disso, as peças não são todas inventadas por jogadores:

a primeira (o joalheiro) é oficial - já foi incorporada à segunda edição norte-americana do jogo, e pode ser baixada no site da editora francesa:

http://www.ystari.com/caylus/images/joaillierbig.jpg

ela segue a mesma lógica das que transformam dinheiro ou tecido em pontos, numa taxa de conversão bem mais generosa que a da contagem final.

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das outras três (feitas por usuários), só o alfaiate me parece mais ou menos aceitável, embora seu poder - dar um ponto por round pra quem a construir - seja um pouco desproporcional, já que as construções verdes dão um dinheiro por round - e um dinheiro não é um ponto! mas, considerando-se que ela é azul, ainda passa.

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agora, as outras duas são disparates completos:

o médico/hospital é um prédio azul que concede UM FAVOR real por round, automaticamente, ao proprietário!

isso é claramente poder demais, além de ser um contrasenso com a dificuldade que é obter um favor (que acarreta o dilema de escolher um ou dois tipos para progredir).

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e a confraria dos ladrões dá ao jogador o poder de ROUBAR um produto POR ROUND de outro!

essa é toda errada: é um prédio verde, mas tem custo, poderes e valor em pontos diferentes das verdes (que são todas idênticas);

além disso, dar o poder de roubo para um único jogador, e gratuitamente (já que trata-se de um prédio verde, não-acionável por trabalhadores, válido todo round para o proprietário) claramente prejudica o equilíbrio, pois permite a esse cara ferrar com os planos de uso de recursos dos outros jogadores, sempre que quiser - mais do que para obter um produto, o cara usaria os ladrões para impedir um adversário de cumprir o minucioso planejamento de uso de recursos que cada jogada do Caylus demanda.

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não sou contra variantes em geral, mas elas têm de ser bem pensadas.

o Caylus pobre foi bem divertido, mas permite um travamento do jogo que a regra correta previne - sem que o jogo deixe de ser já bem 'pobre'.

a variante 'mundo cão' do pague pra ver - também surgida de má interpretação de regras - me parecia melhor que a regra original mas, depois de jogar com as regras corretas, dei prontamente o braço a torcer.

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resumindo: acho que, se o jogo foi bem feito e bem testado, dificilmente uma variante vai ser melhor que a regra original - e já vai ter de ser bem bolada pra ser, no mínimo, interessante...

Dimitri BR disse...

lendo de novo, vi que originalmente o roubo depende sim de se colocar um trabalhador, estando portanto disponível a outros jogadores.

isso torna o poder um pouco menos disparatado - mas aí a construção deveria ser cinza, não há necessidade de se criar uma verde diferente E com possibilidade de alocação de trabalhadores.

continuo achando a peça anárquica e destrutiva demais para a lógica do Caylus.

além disso, já existem muitas maneiras de se ferrar com os outros no jogo!

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beijosss

Dimitri BR disse...

já diz o infame refrão: é isso aíí...

Rafael Mantovani disse...

ok, acho que eu não tinha entendido direito as expansões, realmente um favor por round é absurdo, roubar um produto eu não acho tão absurdo assim se precisar colocar um trabalhador lá (e quem sabe pagar mais um dinheiro de custo, por exemplo).

bjos