quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Mudando de assunto...

Fotos extraídas do site http://www.boardgamegeek.com


Eu amo Ticket to Ride. É, definitivamente, um dos melhores. E ontem (terça) a partida foi ótima. Como a Tânia é a Schumacher dos trens, a disputa pelo segundo lugar é que fica emocionante. Eu, Dimitri e Chirol corriámos com nossos vagõeszinhos. Muito bom, muito tenso. Quem disse que jogo de tabueiro é só diversão? Nananinanão... É também muito nervoso.

Aliás, os joguinhos alemães são mestres em deixar seus jogadores tensos. Por que
será que eles, os alemães e seus descendentes, fazem joguinhos capazes de envelhecer a criatura mais calma do planeta? É a teoria Freudiana posta na prática dos tabuleiros. "O mal-estar da civilização dos jogadores de tabuleiro". O movimento não é suficiente para te deixar sossegada(o) por algumas rodadas. Nada garante (com exceção da Tânia, claro) que você permanecerá na posição... Isso é bom, claro. Sei disso. Se não fosse por isso, pelos movimentos curtos e escassos, os jogos seriam bancos imobiliários, jogos da vida para sempre. Deusmelivreguarde! Mas pegar apenas duas cartas OU colocar vagões; ter pouco dinheiro, enfim, essas regras miseráveis me deixam tensa... Mas, até que no final, chuto Freud para escanteio. E me sinto satisfeita depois de uma partida de Ticket.

13 comentários:

Hugo Carvalho disse...

Apesar de ter jogado só por internet gosto imenso do Ticket to Ride. A versão Europa já não aprecio tanto. A história das estações aborrece-me.
A piada deste jogo está precisamente na duvida entre tirar duas cartas ou fazer logo a rota.
Comprei agora a versão marklin que ando louco por experimentar e que introduz a regra dos passageiros que acho muito bem "sacada". Teoricamente traz mais diversão ao jogo e mais dramatismo na hora de decidir. Têm de experimentar o Thurn und Taxis. Segue mais ou menos a mesma mecanica e uma pessoa passa uma hora com o coração nas mãos.

missbutcher disse...

Hugo, o Marklin é imbatível. Eu já não sou tão fã do mapa dos Estados Unidos. Prefiro o Europe.
Vocês já jogaram o Switzerland no online? É ótimo. Aflitivo... claro. E as pessoas compram muitos, muitos objetivos.
Agora, Hugo, a dica do Marklin, assim como no Suiss é pegar muitos objetivos. Mas não ao mesmo tempo. Pega alguns e, depois de feitos, pegue mais. Na última vez, dei muita sorte porque, quando fui pegar mais objetivos fiquei com três que já estavam completos e um outro que faltava apenas um trecho.
Pois é, e mesmo assim (com 8 objetivos!!) não senti nem o cheiro de fumaça do trem da Tânia...

Aron! já é todo o mundo contra a Tânia!!!
hauahauahauahaua

Dimitri BR disse...

clapclapclap

aplausos para o TTRMärklin,

e para este post.

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adorei o título "mudando de assunto" e o "mal estar da civilização dos jogadores de tabuleiro";

seria o "mal-estar do Civilization", hahaha? aquele que você experimentou, Bel, depois de passar 12 horas em nossa imensa cozinha esfumaçada??

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Hugo, também eu acho o Märklin o melhor Ticket.

os passageiros não adicionam apenas mais um nível tático - mais uma ação pra disputar nossa única opção por vez: eles também fazem o balanceamento do mapa de uma maneira muito inteligente.

do lado direito estão as rotas longas, que valem muitos pontos por si só; mas, justamente por isso, há poucas estações e, assim, menos pontos para o passageiro recolher. já do lado esquerdo encontramos um emaranhado de trechos curtos, e portanto uma festa para os ditos passageiros.

só que, pra piorar, muitos desses trechos curtos são duplos, alguns até triplos; isso torna mais difícil ainda decidir o momento de abdicar da compra de cartas/construção para recolher os pontos antes dos adversários.

ainda mais porque as cartas de passageiro permitem que se utilize trechos ferroviários dos outros para recolher pontos - aumentando as possibilidades e tornando difícil prever o real alcance do passageiro alheio.

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além disso, há a divisão dos objetivos em duas pilhas - "pequenos" e "grandes", e a abundância e diversidade de ambos. isso, a meu ver, é quase uma correção do problema observado anteriormente no Europa:

a exisTênica, naquele, de apenas 6 (?) objetivos grandes, causava um "efeito war"*: os jogadores logo são capazes de deduzir qual é o objetivo dos demais, ficando muito mais fácil interferir.

*[obs: War é o nome brasileiro do Risk. não sei como se chama em Portugal!]

já no Märklin a influência da sorte na escolha de objetivos é reduzida (mas não eliminada, vide o testemunho da Bel :) , já que podemos sempre pegar quatro deles, escolhendo se serão longos ou curtos, e manter apenas 1 por vez.

e para coroar, há a transferência do bônus de 10 pontos, da rota mais longa para o maior número de objetivos realizados - estimulando a compra de novos objetivos, que nem sempre é tão sensata...

MAS se pensaste que as rotas longas seriam então desprezadas pelos jogadores, na ausência do bônus para a maior delas, muito te enganas: afinal, uma linha contínua representa, além da interconectividade de objetivos, a possibilidade de caminhar mais com teu passageiro...

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resumindo: um jogão, que se beneficia do incontável número de "playtestes" do sistema - as edições anteriores - para nos apresentar sua melhor versão.

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quando é a próxima partida?

missbutcher disse...

"War é o nome brasileiro do Risk" é ótimo. Esse Brazil com Z é ótimo, não é mesmo?

Anônimo disse...

Também existe um "Porthugal" mas, felizmente, não neste caso - o War em Portugal chama-se Risco. O mundo está de joelhos. Viva Che (a personagem, não a pessoa).

mudando de assunto...
Fiquei com muita vontade de experimentar o Ticket. Expecialmente o Marklin. Vocês todos falam tão bem, que fiquei curioso.
Nunca joguei nenhum jogo de comboios!

Dimitri BR disse...

Salve a Língua Portuguesa!

sabem que tenho aqui a primeira edição de um dicionário Português a reunir formas e usos luso-brasileiras?

trata-se do Caldas Aulete do início do séc. XX, e que pertenceu sucessivamente a meu avô e minha mãe. São 5 alentados volumes bastante gastos por quase um século(!) de uso continuado.

quando me mudei para São Paulo, há alguns anos, eles me foram presenteados por Dona Marina - juntamente com uma cópia do livro de receitas da casa...

pra completar, ainda reza a lenda ser ele o objeto de consulta preferido por ninguém menos que Chico Buarque!

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empolguei-me aqui neste devaneio inspirado pelo amor à nossa Língua, então aproveito para declarar:

é um grande prazer estar a falar com todos os nobres colegas, inclusive e especialmente os do continente europeu - sem para isso ter de abandonar o querido, rico e belo idioma Português!

e tenho dito.

:]

Anônimo disse...

Se isso me aproxima de Chico Buarque, vou ter de arranjar esse dicionário!
Assim, em português, podemos falar de um lado para o outro do Atlântico na língua que sonhamos, sem ruído - "numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê"

Dimitri BR disse...

!!!

brasileiros menos atentos, nosso colega Português acaba de citar Marcelo Camelo.

Sabes, Soledade, que eu e Achilles somos músicos, no intervalo entre um jogo e outro - ou o contrário; e ambos somos também grandes fãs do Los Hermanos (embora o Achilles já usasse barba antes, é justo dizer).

agora, creio que sua menção me autoriza a sair um pouquinho do assunto-obsessão deste blog, e te pedir umas indicações de música Portuguesa para ouvir!

o que me recomendas?

não precisa se ater ao rock, eu tenho um gosto bastante variado e conheço pouco (ao menos para o que eu mesmo consideraria satisfatório) a música do teu país.

abraços para Soledade e paratodos.

(aliás, esse meu indefectível "paratodos" não esconde suas origens, também! "vou na estrada há muitos anos/sou um artista brasileeeiro" :)

Dimitri BR disse...

ah! vale acrescentar:

como infelizmente ainda não há perspectivas de um show de nossa banda em terras portuguesas (a gente não conseguiu atravessar nem a Rio-São Paulo, ainda :/),

aqui vão os endereços para que possas ouvir/saber algo da 3a1 (este é o nome da dita), e dares tua opinião (ou simplesmente te gabares de tê-la conhecido muito antes do sucesso internacional, ayayayayy :P )

www.tramavirtual.com.br/3a1

(para ouvir/baixar; agora lá está apenas uma faixa, mas antes de 4a feira haverá mais)

www.fotolog.net/3a1

e

www.tresaum.blogspot.com

(o fotolog tem sido atualizado com muito mais freqüência; o blog deverá se fundir, em 1-2 meses com nosso futuro site - espero! :)

abraçosss

Anônimo disse...

Ok Dimitri, saindo então do tema jogos, vamo-nos espalhar pela música.
Por aqui tem muita música, claro, mas a maioria daquilo que se conhece é "cafona" como vocês diriam. Estilo Leandro e Leonardo (acho que é esse o nome!). Depois vem muita música electrónica, como em todo o mundo (ocidental).
Bandas portuguesas que eu gosto muito são: The Gift (a maior parte é em inglês mas é excelente), Jorge Palma (Lenine canta uma música dele "Frágil"), Xutos e Pontapés (tipo Titãs), Toranja (cuja primeira parte da turné em Portugal foi feita pelos Los Hermanos!!!!!)
Diferente, diferente há os Blasted Mechanism. Aconselho todos a conhecer. É muito especial.
A maior parte das coisas que eu ouço é do Brasil:
Muito: Los Hermanos; Legião Urbana; Caetano, Chico, o Sr. Ministro. :)
Médio: as senhoras.... Bethânia, Elis, Adriana, Cássia, Vanessa; Os clássicos... António brasileiro, Vinícius de Moraes, João Gilberto
As modas: Tribalistas, Ana e Jorge, acústicos de tudo ou quase tudo.
Portanto, nem sei bem o que é nosso e vosso porque é, definitivamente, tudo meu. :)
Paulo

missbutcher disse...

Bom, no meu caso, além de Madredeus, conheço o Toranja justamente pela parceria que fizeram com o Los Hermanos, dividindo as turnês no Brasil e em Portugal. Quando avisaram que tinha uma banda portuguesa que iria abrir os shows dos barbudos, logo procurei na internet. Ouvindo as primeiras músicas já dá para entender a parceria os motivos da associação. O vocalista tem a mesma entonação de voz e os arranjos também seguem a mesma linha e têm um quê melancólico. Só teve um probleminha: não consegui entender o português! Envergonho-me disso, mas preciso procurar as letras na internet...
ai, ai...
No mais, infelizmente, não conheço mais nada. Mas, como estou um uma pequena obsessão por música em língua espanhola (brega, sim, cafona, sim) há alguns anos, quem sabe esse contato com os portugueses não me faça desviar os ouvidos para o país ao lado. Acho que os amigos brasileiros vão se encher de esperanças (ninguém gosta das canções espanholas... ;-( Por que será? heeheh.

Anônimo disse...

Bel,
Não vale a pena teres vergonha de não entenderes o nosso português.
Nós é que, toda a vida, vivemos com novelas brasileiras e, portanto, tirando farofa, entendemos tudo. heheheh

Hugo Carvalho disse...

Deixem-me apenas dar ume referência mais que justa a um dos melhores artistas portugueses de todos os tempos: Sérgio Godinho.
Todos os nomes citados nos comentários merecem, evidentemente, um lugar de destaque, mas quanto a mim Sérgio Godinho vem sempre em primeiro.