sábado, 7 de outubro de 2006

Catan - deck of dice

isto era um reply ao post do Stein logo abaixo. como ficou grande e analítico, posto logo independentemente - não vá o Chirol se queixar novamente :P

---

Caro Stein: acho que, com tantos jogos mais caros, esta expansãozinha do Catan não deve ser o que vai lhe tirar o sono...

aliás, essa "expansão" é na verdade um simples sistema de controle de probabilidade, conhecido também como "deck of dice": ao invés de se rolar os dados, sorteam-se cartas de números, que existem em quantidades corrrespondentes à probabilidade de saída de cada resultado nos dados a serem substituídos - caso a distribuição dos resultados obedecesse perfeitamente à essa probabilidade.

um deck desses integra a expansão para 5-6 jogadores do Himalaya, para substituir o d20 no sorteio de quais cidades vão receber produtos/comandas.

agora, enquanto no caso do Himalaya eu até tendo a defender o uso do deck - principalmente porque, com ele, não há o risco de os jogadores serem impedidos de pôr novas estupas, caso as aldeias sorteadas sejam sempre as mesmas - no caso do Catan a idéia já não me parece tão adequada.

parece-me que no Catan a aleatoriedade é um pressuposto do jogo; o cara que tem a vila perto do 12 pode simplesmente dar sorte, e o cara da vila ao lado do 8 estará sempre reclamando que o 8 não sai tanto quanto a matemática prometeu...

com o deck of dice, o número 12 se torna realmente ruim, e o 6, realmente bom - e não apenas provavelmente. isso muda demais o funcinamento do Catan - que é, a meu ver, para o bem e para o mal, um jogo com grande influência da sorte.

além disso, os tais "eventos" embutidos no deck não me parecem melhorar o jogo em nada. o que privilegia quem tiver o maior exército, especialmente, me parece despropositado: os caras implementam o deck para reduzir a aleatoriedade, e incluem um evento que favorece o jogador que deu mais sorte na compra de cartas especiais?!

essa é a lógica dos desenvolvedores do Catan. toda a lógica de dois d6...

cérebro de Klaus Teuber

---

por isso tudo, Stein, acho que esse item em particular não vale um pingo de sua angústia :] .

ainda mais que, caso queira experimentar a novidade, você pode reproduzir o deck feito pelo Cacá, linkado lá no comentário.

(aliás, essa é outra diferença entre o deck of dice do Catan e o do Himalaya: o deste último, além de vir na expansão para 5-6 jogadores, está disponível para download gratuito no site da editora. Catanenses mercenários!)

6 comentários:

Graziela Grise disse...

Só não entendi porque o deck diminui a aleatoriedade. As cartas que saíram não são imediatamente reembaralhadas? Se sim, no quesito probabilidade o deck de cartas é idêntico ao dado.

Beijos!

Tânia disse...

Graziela, pelo que eu entendi o Dimitri está justamente considerando que as cartas que sairem só serão reembaralhadas quando o monte inicial terminar (ou quase). SEnão também não vejo diferença.
Beijos

Dimitri BR disse...

claro, é isso mesmo: as cartas só são reembaralhadas quando faltam poucas (acho que 5) - e mesmo isso, apenas para que não haja certeza sobre as últimas cartas, ou 100% de garantia de que todas vão sair antes das repetições começarem...

ou seja: cada vez que uma carta de um resultado é comprada, diminui a probabilidade de esse resultado se repetir.

no caso dos resultados 2 (1+1) e 12 (6+6), só há UMA carta; assim, se ela já saiu nesta virada do deck, os proprietários das vilas vizinhas podem sentar e chorar, porque têm 100% de garantia de que seu númeor NÃO será sorteado até que o baralho chegue às últimas 5 cartas.

[vejam abaixo a distribuição das cartas, na ilustração que acrescentei ao post do Stein.]

se cada carta fosse reembaralhada logo após ser sorteada, a chance de cada resultado se manteria constante, como nos dados, e o baralho seria apenas uma substituição física destes, né Graziela - talvez para diminuir as probabilidades de incomodar os vizinhos com o lançamento de dados noite adentro? :P

beijosss!

zorg disse...

Eu gosto do Catan com dados e não acho que tenha sorte a mais. Na minha experiência, quem joga melhor, ganha na larguíssima maioria das vezes.

Num assunto não relacionado: já tive o prazer de conhecer e conviver pessoalmente com a vossa amiga Isabel. Jantámos em Cascais, passeámos quase até ao Guincho e a seguir jogámos um Elasund até às 3.30h da matina! ;) Posso garantir que quando a levámos ao hotel, ela estava em perfeitas condições de funcionamento, sem uma mossa sequer! :P

Ela tirou fotos, mas posso-vos garantir que ao vivo sou muito mais magro e atlético! Não se deixem enganar pela minha falta de fotogenia!

Anônimo disse...

Mas há também a carta "Ano Novo", que faz com que todas as cartas sejam reembaralhadas, não? ^^

Cascais! Devo passar por aí em breve! :D

zorg disse...

Nós tentámos aliciar o vosso talento jornalístico/jogalístico com um jantarinho em Cascais, um passeio pela baía e uma jogatana a seguir. Vamos lá ver se ela morde o isco...

Claro que ela não sabe que mal mande o avião embora e decida cá ficar, acabaram-se os jantarinhos, os passeios e as jogatanas! Vai mas é directa para as minas de sal, trabalhar de sol a sol em regime de semi-escravatura, que é o que nós fazemos a todos os brasileiros que importamos. :P