Salve tijoleiros, tijolófilos, e pobres incautos que dêem com este blog por acaso.
estava eu por estes dias lendo uma geeklist (listas ilustradas a respeito de qualquer aspecto de jogos e do hábito de jogar, que podem ser feitas no boardgamegeek - ver link ao lado) que compilava as melhores regras para se decidir quem começa o jogo.
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essas regrinhas, ainda que na quase totalidade dos casos pudessem ser dispensadas, quando bem feitas, ajudam a quebrar o gelo, descontrair o ambiente, e até a introduzir os jogadores na atmosfera do tema do jogo, ou apenas na do ato lúdico em si.
grande parte delas constitui uma oportunidade para o autor exercitar sua - nem sempre bem sucedida - verve humorística;
muitas são piadas assumidas, sem qualquer viabilidade (como uma que diz: "começa o jogo o participante que tiver mais recentemente escalado o everest usando apenas bastões esculpidos em madeira de árvore-mamute", ou algo assim);
outras dão oportunidade para que os jogadores façam troça uns dos outros - "começa o jogador menos sábio", "o que equilibrar mais fichas no nariz", "quem teve o pior dia hoje", etc. - o que, a meu ver, pode contribuir para que os presentes se desliguem da sisudez do mundo lá fora, para abraçar o tom de bobeira, gracejos idiotas e picuinhas inocentes que geralmente se encontra nos grupos de jogos freqüentes.
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como minha missão pessoal é estudar a união do meio com a mensagem, e trabalhar para que ela seja indissolúvel e potencializadora do potencial expressivo (ah, sim: esta é minha missão pessoal na vida. muito prazer.), tendo a gostar em especial das regras que não apenas propiciam a descontração, mas também direcionam a imaginação das pessoas para o campo do tema do jogo
- como algumas das supracitadas, e mais outras tantas: "quem se parecer mais com um pirata" (Cartagena), "quem cacarejar mais alto" (Dança dos Ovos - né, Ana?), "o jogador mais peludo" (Era do Gelo, mais conhecido como "o jogo do mamute"), "quem tiver mais medo de água" (Niágara), "quem tiver consigo o objeto mais antigo" (Jenseits von Theben, um jogo sobre busca de artefatos arqueológicos), e por aí vai.
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esse tipo de regra não vai realmente mudar o curso do jogo e, como eu disse no início, poderia ser suprimida na maior parte dos casos; mas acho que contribuem para o jogo, por estarem imbuídas desse espírito bobo e bem-humorado, e/ou por estabelecer esse vínculo inicial com a ambientação e tema do mesmo.
porque o cérebro humano é curiosamente seletivo nas suas atenções, e um pequeno elemento pode conectar imediatamente toda uma rede de conhecimentos e condutas (quantas vezes não saímos à rua e notamos uma série de "coincidências" com algo em que passamos os últimos pensando?)
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a mim mesmo, impregnado que estava (ou estive, ou estou) dos jogos que ando desenvolvendo, acabou ocorrendo, numa ocasião em que estava trabalhando num deles, a idéia para uma dessas regras de início engraçadinhas.
muito despretensiosamente, eu a inclui nas regras escritas do jogo. e qual não foi minha (agradável) supresa ao ver que os jogadores que fizeram o teste das regras (jogar sem que ninguém lhes ensinasse, apenas lendo as regras) pararam para rir e comentar, e gozar um ao outro por uns instantes, ao ler a tal regrinha besta...
[aproveito para inserir mais um agradecimento ao Gabriel e à Camila, o simpático casal de playtesters - cujo único defeito talvez seja serem mais espertos que a média, me fazendo assim acreditar que as regras estavam de fato suficientemente claras :]
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existem, no entanto, como eu disse, regras de início mais sérias, necessárias mesmo ao bom funcionamento do jogo - como a do "jogador com menor número de cartas", do Alhambra, ou a distribuição de recursos desigual do Caylus e do Puerto Rico (o último jogador recebe mais dinheiro / uma plantação inicial de milho, respectivamente; se bem que essas não definem quem começa o jogo, apenas levam isso em consideração), ou a engenhosa carta n. 1 do Tichu.
mas essas são, me parece, minoria.
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bem, para terminar este "para começar", vai aqui um link muito interessante (e, como muita coisa neste mundo de fanatismo, um tanto assustador pela sua simples existência):
o primeiro e único buscador-de-regras-para-decidir-quem-começa-o-jogo.
sim! é isso mesmo. por bizarro que pareça, alguém compilou as regrinhas de início de pouco mais de mil jogos, de 400 autores diferentes, e as categorizou em 14 grupos. e ainda fez este programinha, onde podemos buscá-las por qualquer das 3 referências - categoria, autor, ou pelo nome do jogo.
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abraços paratodos;
é o fim.
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
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6 comentários:
hahaha, muito bom esse site spielboy, dêem uma olhada nisso aqui: http://www.spielboy.com/images/hierarchy.gif
hahaha de novo
bjos
Manti!
você viu?!
..."inspirado pelo Brunching Shuttlecocks" :D
Este post foi bastante util. Quando jogo, normalmente a parte de quem começa a jogar calha sempre ao mesmo. O mais novo. Ainda para mais quando o grupo é sempre igual e o mais novo está presente.
Agora já tenho novas ideias que podem ser interessantes por em prática.
Ei, Dimi!
Estou me sentindo uma galinha d'angola infectada de prions!
beijos,
;)
http://www.boardgamegeek.com/game/24996
foi muito legal!
tão legal, que só teve dois defeitos:
1. acabou rápido hahaha
2. faltou Chirol
oooh.
;]
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